Timão começa bem contra o Guarani, sofre de novo na bola parada e só avança nos pênaltis.
O clima de tensão, a impaciência e a decisão nos pênaltis que se prolongou até uma defesa decisiva de Cássio não estavam nos planos do Corinthians na noite desta quinta-feira, como disse o técnico Vítor Pereira após o jogo contra o Guarani, na Neo Química Arena, que levou o Timão à semifinal do Campeonato Paulista.
A vaga veio após empate por 1 a 1 no tempo normal e vitória por 7 a 6 nos pênaltis. E o Corinthians vai enfrentar o São Paulo em jogo único neste domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi, pelo direito de disputar as finais do estadual.
Mas um time ainda em construção e buscando maior intensidade durante os jogos teve de se desdobrar – e ficar quase sem pernas – para evitar um baque inesperado logo no início de trabalho do português. Nesta quinta a classificação foi no detalhe. No domingo, o desgaste pode cobrar seu preço.
Tecnicamente, a qualidade do Corinthians com a bola é inegável. Mas é inegável, também, a queda de rendimento no decorrer das partidas. Uma questão física, principalmente, que afeta os outros fatores do jogo.
Contra o Guarani, o Timão tinha o controle e administrava o 1 a 0, gol de Gil, com alguma tranquilidade. Na bola aérea, porém, sofreu gol de João Victor no início do segundo tempo e se desmontou, dependendo de Renato Augusto para buscar a bola no campo de defesa, organizar jogadas e, às vezes, até finalizar.
– O gol deles nos quebrou emocionalmente, aí perdemos a dinâmica, confiança, maturidade tática. Tem mais a ver com o gols sofrido do que com as mudanças – admitiu Vítor Pereira.
No início, a ideia do Corinthians era vencer e construir vantagem suficiente para “virar” o mando do São Paulo e decidir em casa uma vaga na final do Paulistão.
Em campo, o Corinthians teve o controle e soube explorar principalmente o lado esquerdo, com Willian e Lucas Piton fazendo boa dobradinha – o lateral-esquerdo foi constantemente à linha de fundo e procurou companheiros posicionados perto da marca do pênalti.
A bola rondou a área, mas pareceu ter faltado um pé para completar as jogadas (Júnior Moraes?). Paulinho e Róger Guedes até tentaram, mas foram travados pela defesa do Guarani.
Pelo chão, o jogo não fluiu como na goleada sobre a Ponte Preta, por exemplo, quando o Timão teve controle total do jogo e dosou o ritmo na hora que quis. Desta vez, ainda tomou susto do Guarani em chute de Madison que acertou o travessão e, no ataque, passou a trabalhar melhor as bolas paradas – ponto fraco do rival.
Foram três tentativas quase idênticas, em escanteios de Renato Augusto que chegaram até Gil. Na terceira, o zagueiro cabeceou sem chances para Maurício Kozlinski e abriu o placar.
Então veio a queda abrupta. Depois de 11 finalizações no primeiro tempo, foram apenas duas no segundo. E nem a estreia de Júnior Moraes melhorou o panorama de um time que agora tinha centroavante, mas não conseguia fazer a bola chegar nele. Paulinho caiu muito, Willian saiu com dores, e Giuliano não se encontrou no pouco tempo em campo.
Sem pernas e já pensando nos pênaltis, Vítor Pereira lançou Fábio Santos, o cobrador oficial, aos 41 minutos. Um sinal de que já se conformara com o empate.
Fábio acertou sua cobrança, a primeira, assim como Giuliano, Renato Augusto, Júnior Moraes, João Victor, Fagner e Adson. Cássio defendeu a cobrança de Madison e encerrou o drama.
No fim, sobrou o alívio pela classificação. Domingo, porém, o cenário é outro. Diante de um São Paulo intenso e sob regência de garotos, Vítor Pereira terá sua primeira grande decisão em menos de um mês de Corinthians.